sábado, 18 de junho de 2016

Jorge. Muito prazer!



A jornalista Flávia Oliveira, incentivada pela filha, escreveu na sua coluna, no O Globo, um texto se apresentando, dizendo quem é e de onde veio. Inspirado por ela, me apresento agora.

Eu me chamo Jorge Ferreira Lima Neto e nasci em agosto de 1993. Aqui adotei um ‘sobrenome artístico’. Porque, exatamente, eu não sei. Acho que somente me deu vontade, e está aí um fato sobre mim: quase sempre faço o que me dá vontade, seja cantar alto enquanto faço caminhada na rua, seja dar uma risada escandalosa em lugares que não seriam apropriados.
O dia do meu nascimento foi bem feliz para meu pai, tanto que ele deu para minhas duas irmãs mais velhas 5,0 Cruzeiros para cada. Parece que era muito para a época.
Houve a possibilidade de eu receber o nome do meu pai, mas acabei herdando o nome do meu avô paterno que era uma pessoa incrível pelo que me contam. Quando ele morreu, eu tinha apenas 5 anos, mas sofri muito mesmo não entendendo bem o que acontecia. Ele era uma pessoa do bem e amada por todos que o conheciam. Hoje tenho orgulho de levar o nome dele, mas nem sempre foi assim. Quando criança eu não gostava, achava que era nome de velho e preferia que me chamassem de Neto.
Eu moro na mesma cidade em que nasci. Só mudei de casa, bairro e vizinhos uma vez e já fazem 18 anos. Meu pai deu para mim e minha irmã mais nova uma única bicicleta e tínhamos que dividi-la. Ela sempre foi mais esperta que eu, mas aprendi a andar sem as rodinhas antes que ela.
Comecei a gostar da leitura cedo e isso me ajudou muito. Com os livros em mãos eu fugia da solidão que insistia em me acompanhar. Hoje já acostumei e a chamo de solidão do bem. Nós nos gostamos. Fiquei mal pela forma súbita com que O Diário de Anne Frank terminou. Me senti representado quando li, escondido, o Terceiro Travesseiro. Muitos anos depois, ao relê-lo, vi que era de uma babaquice tremenda. Na escola, quando criança nova, participava de todas as comemorações que havia, até no dia do Idoso. Já mais velho tinha muita vergonha, mas dancei uma música do Bro’z, uma banda brasileira de pop nascida de um reality show. Foi ridículo!
Até a quarta série eu escrevia poemas e os professores gostavam, mas parei. Voltei a escrever por hobbie só com 20 anos, incentivado por uma professora do curso técnico que fiz, mas já não eram poemas. São textos como esses de agora. Amo a escritora Martha Medeiros e queria muito ser amigo intimo dela, mas ela nem sabe da minha existência.
Já fui noveleiro, gosto de filmes de romance, biográficos, históricos e, principalmente, de drama. Geralmente eu choro. Acho os filmes franceses sem sentido, mas amo vê-los.
Sou fã de Los Hermanos, uma banda de rock que já acabou. Conheci a música deles através de um amigo virtual que eu já não tenho contato. Quero, um dia, abraçar e beijar Nando Reis e contar o tanto que suas músicas me transcendem. Apesar dessa veia mais rockeira, uma das músicas que mais me emociona é sertaneja e conta a história de um filho adotivo. Meus pais são biológicos, mas com a música, vejo a importância de valorizar o que eles fizeram por mim.
Já sofri preconceito de um “líder religioso” dentro de um “templo”. Sofri muito, chorei e falei pra minha mãe que doía fisicamente. Ela, forte como é, não chorou, mas disse que estava doendo nela também. Nesse dia, além do amor, eu senti uma sensação tão boa quanto: a do pertencimento. É acalentador pertencer a algo ou alguém.
Estou sempre dando risadas altas. Muita gente ama e acaba rindo junto, mas já fui criticado por isso. Falo sem parar, rio sem parar. Quando faço os dois juntos, ninguém entende nada.
Gosto de ficar dias sem sair de casa junto com a minha mãe, mas adoro gente e suas histórias. Sou curioso e sempre pergunto tudo. Qualquer coisa me chama atenção. Acho que tenho em mim o instinto de ser pai, tanto que choro vendo vídeos no YouYube de anúncios de gravidez aos futuros papais. Sonho em viver um grande e avassalador amor. Daqueles que, sem entender, você faz loucuras.
Fico feliz pelas conquistas das pessoas. Não sei conversar sem tocar no outro. Gosto de abraços e fazer cafuné nos amigos. Me sensibilizo com mendigos, pedintes e toda pessoa que eu ache que precisa de ajuda.
Curso Engenharia Ambiental e Sanitária e gosto, mas quero mesmo é ser professor, desde criança. Às vezes me acho fraco, mas paro, penso e vejo que as minhas lutas internas são muitas e difíceis, e que elas me fazem forte. Aprendi a ser honesto comigo mesmo e a sempre me perdoar. Isso faz toda a diferença.

Sou um pouco tímido e retraído, mas finjo que não sou. Se escrevesse isso amanhã, provavelmente sairia bem diferente. Mudo fácil. Muito prazer!